REVISTA FORÇA AQUAVIÁRIA - ABRIL 2018
Leilão do pré-sal
FUP diz que Temer entrega petróleo de bandeja
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) criticou a 15ª Rodada de Licitações que a ANP realizou em março para venda de blocos de exploração de petróleo do pré-sal.
Dos R$ 8 bilhões que o governo arrecadou em bônus de assinaturas, R$ 7,5 bilhões (93% do total), são referentes aos nove blocos da Bacia de Campos localizados na franja do pré-sal, cujas reservas estimadas são de pelo menos 6,3 bilhões de barris de petróleo. "Como já havia ocorrido na 14ª Rodada, as multinacionais foram novamente presenteadas com áreas petrolíferas altamente produtivas e lucrativas, pagando bônus de assinatura muito abaixo do que pagariam no regime de partilha e, pior, sem deixar uma gota sequer de óleo para o Estado brasileiro", diz a FUP. "Apesar das evidências de danos contra o patrimônio público, o governo comemorou efusivamente os resultados da 15ª Rodada. O que dizer então das empresas que levaram praticamente de graça os blocos arrematados? Só na Bacia de Campos, o preço médio do barril dos nove blocos leiloados saiu a R$ 0,84. As petrolíferas pagaram menos de um real por cada barril com 159 litros de óleo! Ou seja, os golpistas estão doando o nosso petróleo para as multinacionais", acrescentou a entidade. |
Greves em Santos
Paralisações provocam lentidão no cais
As greves de servidores da Receita Federal já ampliaram de dois para até 15 dias o tempo necessário para a liberação de cargas no Porto de Santos. No final de março, a mobilização dos analistas tributários causou mais atrasos em operações e prejuízos a usuários do cais santista.
A categoria restringiu o atendimento em todo o País por conta da demora para o cumprimento de um acordo salarial firmado com o Governo Federal. Também estão em greve, desde 1º de novembro do ano passado, os auditores fiscais.. |
Navegação fluvial
Rio Paraguai sobe e ameaça comunidades ribeirinhas
A Defesa Civil de Corumbá emitiu em março o primeiro boletim em 2018 de alerta para risco de inundação pela elevação do Rio Paraguai. O nível da água atingiu no período 4,03 metros, o que significa dois metros acima do nível normal.
Prognósticos de outras instituições de monitoramento de chuvas confirmaram que o comportamento do Rio Paraguai é de ascensão em abril, podendo gerar perturbação à rotina das populações ribeirinhas e empreendimentos que tenham influência do principal rio pantaneiro. |
Potencial Offshore
Conheça as 53 plataformas que operam em Campos
A Bacia de Campos é a principal área sedimentar já explorada na costa brasileira. Ela se estende das imediações da cidade de Vitória (ES) até Arraial do Cabo (RJ), no litoral norte do Rio de Janeiro, em uma área de aproximadamente 100 mil quilômetros quadrados. As informações são do site da Petrobras.
Segundo a página da empresa, o primeiro campo com volume comercial descoberto na Bacia de Campos foi Garoupa, em 1974, a 124 metros de profundidade. No ano seguinte descobrimos o campo de Namorado e, em 1976, o de Enchova. Era o começo de uma longa série. O caminho era o mar: em 13 de agosto de 1977, a Bacia de Campos deu início à sua produção comercial offshore em Enchova. Uma de nossas inovações nesses campos foi a instalação do primeiro sistema de produção antecipada sobre uma plataforma flutuante. Com ele, reduzimos o tempo de maturação de quatro a seis anos para quatro meses. Ganhamos em agilidade, flexibilidade operacional e economia de investimentos. Isso permitiu iniciar a produção de óleo enquanto eram construídas as plataformas fixas definitivas que seriam instaladas posteriormente. Foi o desenvolvimento desses sistemas que permitiu, mais tarde, extrair petróleo de águas profundas e ultraprofundas. Em 1984 descobrimos o primeiro campo gigante em águas profundas do País, Albacora. Mais tarde surgiram outros campos gigantes, como Marlim, Roncador, Barracuda e Caratinga. Outros campos de grande porte foram descobertos na parte norte dessa bacia, já no estado do Espírito Santo: Jubarte e Cachalote, na área que ficou conhecida como "Parque das Baleias". Conheça abaixo as 53 plataformas de produção na Bacia de Campos, descritas numa relação publicada no site da Petrobras. |
Protesto em Santos
Portuários pararam contra intervalo entre jornadas
A paralisação de cerca de 6 mil trabalhadores avulsos do Porto de Santos, na primeira semana de abril, causou prejuízos equivalentes a R$ 1,6 milhão. Pelo menos dez navios tiveram de aguardar o retorno dos portuários para iniciar operações no cais santista.
Os avulsos protestavam contra o início da obrigatoriedade do descanso de 11 horas entre jornadas de trabalho. Antes desta regra, eles costumavam emendar um serviço no outro ao serem chamados pelos terminais. |
Nordeste perde com Temer
Petrobras desvaloriza patrimônio e acentua crise
Parlamentares do governo e da oposição criticaram no Plenário da Câmara Federal a decisão da Petrobrás de fechar duas unidades da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen): em Camaçari (BA) e em Laranjeiras (SE). Isto porque a Petrobrás anunciou, no dia 20 de março, que “hibernaria” as fábricas de fertilizantes nitrogenados da Bahia. A iniciativa entreguista faz parte do processo de saída total da produção de fertilizantes. A denúncia é do site da Aepet (Associação dos Engenheiros da Petrobras).
A entidade lembra que o segmento de fertilizantes é dos mais promissores neste momento em que o agronegócio registrou expansão de 13% somente em 2017. Se implementada, a decisão da diretoria de Pedro Parente, presidente da Petrobras, vai provocar a demissão de 5 mil trabalhadores no Nordeste, com reflexos nas operações de diversas empresas. Até base do governo critica entreguismo de Parente, acrescenta o site da Aepet. Ainda segundo os engenheiros da Petrobras, a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) subsidiou argumentos dos deputados contrários ao fechamento das duas unidades porque, afinal, muitas de suas afiliadas são clientes ou fornecedoras da Petrobras. O mercado interno passaria a ser atendido pela China e pela Rússia. |